Tribuna Popular: professores se mobilizam para evitar exonerações

Três representantes dos professores da rede municipal ocuparam a Tribuna Popular desta segunda-feira (17) para manifestar a contrariedade e cobrar apoio do Executivo e Legislativo de Cachoeira do Sul em relação à decisão do tribunal de Contas do Estado (TCE) que indicou a exoneração de mais de 250 professores.

No início de seu pronunciamento, a presidente do Siprom (Sindicato dos Professores Municipais), Eliane Netto Paz, anunciou que havia recebido, pouco antes de seu discurso, um telefonema do prefeito, no qual o chefe do Executivo afirmou estar muito otimista quanto à questão, pois o TCE seria parceiro da prefeitura. Incerta quanto à decisão, Eliane questionou quem iria recuperar o lado psicológico dos professores que estão passando por esse momento. "São 253 professores que, do dia para a noite, foram ameaçados de exoneração. Sabe o que é isso? É ficar sem salário. A grande maioria sustenta suas famílias com esse dinheiro", disse.

A presidente do Siprom lembrou, também, os professores que entraram pelas cotas raciais. "Esses colegas sequer tiveram o direito de escolha de fazer o concurso por cotas ou não", lembrou

A professora Gisele Wommer, umas das profissionais que correm risco de exoneração, apontou a abrangência do problema. "Nós não somos 253, nós não somos um número. Nós somos famílias envolvidas". A professora também solicitou aos parlamentares que chamassem os responsáveis pela aprovação da matéria, apontada agora como ilegal pelo Tribunal de Contas.

Gisele Wommer condenou, por fim, as críticas à atuação da classe. "Nós ainda estamos sendo acusados de terrorismo. Mas terrorismo é abrir o jornal e descobrir que pode ser demitido, é pensar em perder um emprego que durante seis anos nós lutamos por ele. Terrorismo é enfrentar uma sala de aula, onde temos que comprar lápis e borrachas para nossos alunos porque eles não têm. E quantos aqui já compraram até merenda e roupa com o nosso dinheiro", defendeu, finalizando: "Peço que sejamos tratados com o maior respeito possível por esse município".

A última a se manifestar, Lucimar Marques Chagas, mãe de uma aluna, afirmou estar ao lado dos professores na luta. ‘Como podemos querer qualidade de educação com os nossos professores vivendo uma pressão psicológica? A qualidade de educação já começou a cair no dia em que eles perderam a certeza da estabilidade. Nós, pais, estamos preocupadíssimos nesse momento, pois não sabemos o que vai acontecer. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para reverter essa situação", garantiu.