Vereadores entregam documentos ao MP por transporte emergencial no interior.

Os vereadores Vinicius Cornelli (PT), Bombeiro Frankini (PT) e Marcelinho da Empresa (PP) retornaram ao Ministério Público nesta sexta-feira (7) para realizar a entrega de documentos referentes à linha de ônibus Cachoeira do Sul/Santa da Boa Vista, desativada no dia 17 de janeiro deste ano, e à comunidade que era comunidade atendida pelo transporte. Os três vereadores estão engajados nessa luta desde que o anúncio do fim da linha foi feito, no início do ano. Além de integrarem a reunião da Câmara de Vereadores com a comunidade, Executivo, Legislativo e empresas de transporte, foram ao DAER em Porto Alegre e recorreram ao MP em outras duas situações. “Precisamos de uma solução urgente, pois são centenas de pessoas que precisam do serviço”, destacou Cornelli.

Juntamente com os parlamentares, cinco moradores das localidades de Irapuzainho, Passo da taquara e Capané, estiveram na reunião e relataram as dificuldades enfrentadas com o término da linha. “O ônibus fazia a ligação da comunidade com todos os serviços de Cachoeira do Sul”, destacou a moradora do Passo da Taquara, Maria Inácia da Silva Gloschke, que necessita de remédios para pressão alta. “Antes, os medicamentos eram enviados pelo ônibus e nós buscávamos na parada”, acrescentou. Já a senhora Noemi Aires dos Santos, que sofre de diabete, teve de sair de sua residência no Capané, deixando sua casa e marido, para residir junto a outras familiares na cidade. “Muitas vezes passo mal e preciso de atendimento médico, mas sem o transporte corro risco”, disse.

Os moradores ressaltaram, ainda, que as localidades não possuem postos de saúdes ou ESFs e os veículos do município para consultas não buscam os pacientes para atendimentos na cidade. Já o transporte escolar está em funcionamento, mas não podem levar adultos no veículo. Segundo dados levados ao MP, a maioria da população é formada por pessoas aposentadas e idosas, com pequena propriedade rural, sem veículo próprio e com renda inferior a R$ 1600 por núcleo familiar. “Precisamos do ônibus, inclusive, para retirarmos nossa aposentadoria e fazermos as compras básicas nos supermercados”, disse Maria Helena Silveira, do Irapuazinho. “Estamos tendo que gastar com hospedagem ou pagar vizinho para nos trazer para a cidade”, complementou a moradora Maria Inácia.

A promotora Giani Saad anunciou que, como os trâmites junto ao DAER podem demorar, irá entrar com uma ação pedindo liminar para que uma linha emergencial realize o transporte da população enquanto o caso não tiver solução definitiva. Além disso, enviará cópia dos ofícios referentes ao caso à promotora da Caçapava do Sul, responsável pelo município de Santana de Boa Vista.

Documentos entregues à promotora:

- Pedido de desistência da empresa que atendia a linha;

- Famílias cadastradas no Cadastro Único por localidade;

- Comprovantes de necessidade de atendimento médico urgente de moradores;

- Abaixo assinado com 150 assinaturas de usuários do transporte, pedindo o retorno da linha.