Presidente da ALAC apresenta ações na Tribuna Popular.

O presidente da recém-fundada ALAC (Associação de Lares e Casas de Repouso de Cachoeira do Sul), João Lopes, ocupou a Tribuna Popular da sessão plenária desta segunda-feira (8), para falar sobre as primeiras ações da entidade e sobre problemas que as casas vêm enfrentando no atendimento a deficientes mentais.
 
Dados
 
De acordo com Lopes, o primeiro trabalho da ALAC foi efetuar um relatório, onde consta a quantidade de casas de repouso em Cachoeira do Sul e informações sobre o atendimento às pessoas com deficiência mental. Segundo o documento, existem em Cachoeira do Sul 21 casas asilares. Dessas, três atendem somente pacientes mentais, 10 são responsáveis apenas por idosos, e oito atendem as duas modalidades de pacientes. “Foi divulgado na mídia, que todas as casas do município atendem pacientes mentais. Fizemos esse estudo para mostrar que não é isso que acontece”, ressaltou.
 
Manifestações
 
Em seu discurso, Lopes falou sobre algumas manifestações negativas por parte da população cachoeirense ocorridas nos últimos dias. “Houve uma postagem nas redes sociais, referindo-se a uma matéria veiculada no jornal Zero Hora, em que pessoas compartilharam e comentaram o assunto com  ofensas ao trabalho desenvolvido nas casas geriátricas. Além disso, fato semelhante aconteceu na rua, quando fui insultado por um cidadão”, lamentou.
 
Segundo o presidente da ALAC, a responsabilidade pelas informações incorretas repassadas à comunidade é do Poder Público. “Na verdade, a mídia só divulga as informações que recebe. É o papel dos meios de comunicação publicar as notícias da cidade. A culpa é o Poder Público, que transmite explicações equivocadas”.
 
João Lopes também informou que já recebeu notificações para que as casas do município interrompam o atendimento prestado aos pacientes mentais. “O que as pessoas não sabem, é que esses pacientes não serão devolvidos às suas famílias, e sim, transferidos para outras casas geriátricas, assim como as nossas. Não tem porque tirar as pessoas daqui para receber o mesmo atendimento em outra cidade”, defendeu. Segundo ele, os municípios que encaminham pacientes para Cachoeira são responsáveis pela medicação e pelo acompanhamento dos mesmos, através de visitas de assistentes sociais e psicólogos. “Temos sentimentos pelas pessoas que cuidamos, por isso, insistimos que recebam assistência”, completou.
 
Solução
 
Lopes aproveitou a oportunidade para reforçar a sua insatisfação quanto à falta de providências para o caso. “Se não houver uma solução, desistirei de atender pacientes mentais. Praticamente, todas as cidades do Estado já possuem acordos para realizar atendimentos a essas pessoas e Cachoeira ainda não resolveu nada”, criticou. O presidente defendeu o funcionamento das casas, alegando a geração de empregos para os cachoeirenses. “Se pararmos o nosso trabalho, não sei o que será feito com esses funcionários e também com os pacientes que temos aqui”, argumentou.