Merenda escolar na mira dos vereadores

Tarasconi e Julinho visitaram Baltazar e Dinah Néri

Os vereadores Daniel Tarasconi (PMDB) e Julinho do Mercado (PP), além da assessora parlamentar Aline da Silva, representando o vereador Cleber Cardoso (PDT), visitaram nesta segunda-feira (24) as escolas Dinah Néri Pereira, no bairro Noêmia, e Dr. Baltazar de Bem, no bairro Marina, para verificar, in loco, as denúncias feitas por representantes da comunidade escolar daqueles educandários em relação à falta de merenda escolar.

Como membros da Comissão de Mérito da Câmara – que tem como uma de suas atribuições investigar supostas falhas da Prefeitura – os parlamentares descobriram que, na Baltazar, os alunos só receberam alimentação no primeiro mês de aulas porque havia recurso próprio da escola, oriundo de uma rifa promovida pelo Conselho de pais e Mestres, que foi utilizada para aquisição de gêneros alimentícios como leite em pó e salsicha. “Tinha pão, mas nada para colocar nele. A Smed mandou até uma carga de maçãs estragadas pra escola. Teve criança que nem veio porque não tinha merenda”, queixa-se a diretora, Amália Dorneles.

Noêmia – Na instituição de ensino situada no bairro com a mais alta densidade populacional da cidade, o Noêmia, a vice-diretora da escola Dinah Néri Pereira, Celeni de Freitas, não poupa críticas ao governo petista. “Eu tô pra ver gente que faz mais reuniões sem encontrar soluções do que essa gente do PT”, desabafou. Para ela, a falta de merenda não é problema de gestão da escola, mas uma falha da Smed. “Como é que eu vou fazer a gestão daquilo que não tenho?”, reclama. Celeni revela que, na última semana, a Dinah recebeu pacotes de arroz, feijão e frango para atender a demanda. Antes disso, ela recebeu donativos de pais de alguns alunos que, sensibilizados com o drama, doaram caixas de leite e pacotes de biscoitos.

Verba federal não chega por falta de merenda

Em comum, além da falta de merenda escolar no início do ano, a lamentação de Amália e Celeni em relação à impossibilidade das escolas receberem o programa Mais Educação, do Governo Federal. “Estamos deixando de receber R$ 45 mil que estão na conta da Prefeitura desde novembro do ano passado porque eles não dão a contrapartida pedida pelo programa, que é justamente a merenda escolar”, revela a vice-diretora do Dinah. O Mais Educação oportuniza aos estudantes da rede pública de ensino de todo o país noções de educação ambiental, esporte e lazer, direitos humanos em educação, cultura e artes, cultura digital, promoção da saúde, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica. Onde o Executivo colabora, claro.

Outro lado – Após a visita às escolas, a comitiva da Câmara dirigiu-se até a Smed para levar as queixas das gestoras à secretária Maristela Almansa, que se esquivou de maiores responsabilidades, dizendo que o problema da falta de merenda escolar no início do ano letivo é histórico no município e não é exclusividade da administração petista. “Foram casos pontuais e estamos em busca de soluções”, limitou-se a secretária.