Vereador Augusto Cesar vai montar comitiva para pressionar Neiron por mais carneiras.

O ser humano é o único animal que paga para nascer, paga para viver e paga até para morrer. E, se o falecimento ocorrer em Cachoeira do Sul, particularmente, esse preço poderá sair bem mais salgado do que muita gente imagina. Quando a sua hora de descansar em paz chegar, para adquirir um lote no Cemitério Municipal, por exemplo, o cidadão cachoeirense precisará desembolsar perto de R$ 15 mil. Nos próximos dias, o vereador Augusto Cesar pretende montar uma comitiva para reunir-se com o prefeito Neiron Viegas a fim de discutir o problema. Os vereadores Valdocir Marques, Cleber Cardoso e Luiz Zimmer já confirmaram presença.

Devido à falta de vagas, nos últimos dez anos as sepulturas sofreram um aumento de preço, que gira em torno de sete a oito vezes mais, conforme explica o funcionário do setor administrativo do Municipal, Airton Ferro. Lá não há sepulturas à venda e nem espaço para novas construções, sendo que as poucas transações só ocorrem quando alguma família decide se desfazer de um espaço.

No Cemitério Evangélico Luterano, um dos que tem sepulturas à venda na cidade, as sepulturas também não baixam dos R$ 3 mil, sendo que há dez anos não custavam mais do que R$ 500 reais. Isto é, o valor subiu cinco vezes, conforme ressalta o atual responsável pela administração dos cemitérios, o CC Valtair Carvalho.
O Cemitério Jardim da Paz é outro sem sepulturas à venda. O governo Neiron iniciou lá a construção de 40 carneiras para aluguel, cuja previsão inicial era de serem concluídas no início de 2014, porém o vereador Augusto Cesar esteve no local, e verificou que as obras continuam totalmente paralisadas.

Sai ano e entra ano, sai governo e entra governo, e este problema da falta de sepulturas em Cachoeira do Sul continua sem solução, observa o parlamentar. “A escassez de túmulos e carneiras eleva sobremaneira os preços dos espaços em cemitérios e quem sofre com isto é a população”, avalia Augusto Cesar.

PALIATIVO – Em setembro de 2010, o ex-prefeito Sergio Ghignatti chegou a anunciar a construção de 200 carneiras, mas, na prática foram edificadas apenas 80, como informa o vereador Daniel Tarasconi, ex-diretor de Obras.

Agora, a meta assumida pelo prefeito Neiron Viegas é a construção de 500 carneiras, contudo se não houver uma cobrança dos vereadores, da imprensa, e da comunidade em geral, a tendência é de que a promessa não saia do papel, conforme aponta Augusto Cesar.

De acordo com a estimativa passada por Edinei Nunes, um dos servidores mais antigos do Cemitério Municipal, o déficit é de no mínimo 500 carneiras. Segundo ele, esta quantidade de novas vagas poderia dar um fôlego de aproximadamente 20 anos para o município, considerando as desapropriações de sepulturas que são aplicadas por inadimplência de taxas.

O vereador Augusto Cesar disse que pressionará o prefeito pedindo que conclua a construção das 40 carneiras iniciadas e a construção de pelo menos mais 80, em caráter de urgência, para fechar o número de 200 carneiras no Cemitério Jardim da Paz, conforme fora anunciado pelo ex-prefeito Sergio Ghignatti, em 2010. O parlamentar assinala que, o Jardim da Paz tem uma área ociosa de 3,5 hectares já liberada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). “O Ghignatti construiu só 80 carneiras, mas deixou a área pronta e liberada. O Neiron, que já era do governo, deve terminar de cumprir essa promessa”, provoca.

DESAPROPRIAÇÕES - Ainda no governo Pipa Germanos, foi baixado um decreto para amenizar o problema. De acordo com a norma, usada até hoje, os familiares dos sepultados que deixam de pagar as taxas por três anos perdem o direito à carneira, que é repassada para outra família. “Fazemos isso, mas o número de sepultados por mês é bem maior do que o total de carneiras que desapropriamos. São em média 50 sepultamentos para cada 20 carneiras repassadas”, contabiliza Edinei.

MATAGAL – Outro pedido do vereador Augusto Cesar é que a Prefeitura providencie com urgência a roçada do terreno. “O mato tomou conta de tudo. Isso não só dá um aspecto negativo, mas favorece a proliferação de animais peçonhentos, causando risco às pessoas”, observa.