Comunidade da Zona Sul se reúne no último Fala Comunidade de 2014.

Na noite desta quarta-feira (3), cerca de 80 pessoas participaram na Escola HCB, da última edição do projeto Fala Comunidade, promovido pela Câmara de Vereadores.  Este encontro foi dedicado à Zona Sul do município e reuniu as comunidades dos bairros Aldeia, Alto do Amorim, Carvalho, Cavalheira, Cristo Rei, Fátima, Fenarroz, Frota, Marques Ribeiro, Mauá, Parque Primavera, Santo Antônio, Vila Nova e Xangrilá.
O presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Figueiró, abriu o encontro explicando o funcionamento do Fala Comunidade. “O projeto é um espaço especialmente dedicado para a população reivindicar as melhorias para seus bairros”, salientou.  Posteriormente, o parlamentar destacou as funções desempenhadas pelo Legislativo e o limite de atuação da Casa. “A Câmara não tem como realizar obras no município, pois essa tarefa cabe à Prefeitura. O que os vereadores podem fazer é colher as demandas da população e encaminhá-las ao Executivo, além de fiscalizá-las e cobrá-las quando necessário.”
 
 
 
Manifestações
 
O diretor do HCB, Luciano Morschel, iniciou os pronunciamentos. Ele exaltou a importância do projeto. “O Fala Comunidade é uma excelente ferramenta de integração entre a população e o Poder Legislativo”.
Luciano aproveitou também para enaltecer a inclusão dos projetos de regionalização do hospital nas metas prioritárias do Conselho da Cidade, outra iniciativa da Câmara Municipal. “O HCB está operando no limite de sua capacidade. Por conta disso, a inserção nas metas do Conselho significa dar um grande passo para que a instituição se torne cada vez uma referência regional”, ressaltou.
 
Aes Sul
 
Maiara Carvalho, diretora da Escola HCB, elogiou a iniciativa do Legislativo. “Para todos nós da Escola HCB, é uma verdadeira honra recebermos este projeto tão significativo para a comunidade”, disse. Ela abordou ainda alguns aspectos que têm preocupado a todos na instituição. O primeiro deles diz respeito à Aes Sul.
Segundo Maiara, principalmente no verão, ocorre um aumento na demanda de energia elétrica. No entanto, a rede não tem suportado essa carga extra. “Há alguns meses foram instalados transformadores nas proximidades da escola que resolveriam o problema. Porém, os aparelhos não foram ligados. Desta forma, as quedas de luz são frequentes. Eu prometi para os alunos que até fevereiro tudo estará solucionado”, queixa-se.
A diretora da Escola Infantil Marta Regina Prochmann, Nara Gall, compartilha do mesmo problema. Segundo ela, o reforço na rede elétrica da instituição é indispensável para que o atendimentos as mais de 700 crianças  possa  ser mantido. “É preciso que a Aes Sul ligue o transformador, pois toda a hora falta energia. Por causa disso, temos de recorrer à Câmara Fria do HCB para conservarmos os alimentos”, protesta.
 
Horários de Ônibus
 
A diretora da Escola HCB reclamou ainda da falta de organização dos horários de ônibus.  “Os coletivos demoram muito para passar. Alguns de nossos alunos já foram até assaltados naquela parada”, indigna-se.
Moradora do Bairro Tupinambá, a estudante da escola, Ieda Bataioli, criticou a exclusão do ônibus das 22h30 min que atendia à comunidade. “Quem tem de voltar para casa nessa hora ou vai a pé ou espera o próximo carro que só passa após as 23 horas”.
 
Pontes da Ramiro e do Amorim
 
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Alto do Amorim, Ederaldo Moch, reivindicou a reforma de duas pontes sobre o Arroio Amorim: a da Rua Ramiro Barcelos e da Avenida Orlando da Cunha Carlos.
Ederaldo argumenta que a ponte da Avenida Orlando da Cunha Carlos corre sério risco de desabamento. “Caminhões pesados passam a toda hora no local e isso prejudica ainda mais a estrutura. É preciso limitar o tráfego desses veículos antes que ocorra uma tragédia”, preocupa-se.
Na Rua Ramiro Barcelos, o problema é a largura da passagem. “A ponte é muito estreita e apenas um veículo consegue passar por vez. Isto prejudica o trânsito”, alega o representante.
 
Fluxo de Veículos
 
Preocupado com o elevado fluxo de veículos na Rua Ramiro Barcelos, no Bairro Cavalheira, o presidente da associação, Paulo Ribeiro, solicitou a colocação de redutores de velocidade no trecho da via pertencente ao bairro e a construção de acostamento em ambos os lados. “Estas medidas são essenciais para que os moradores possam ter mais segurança”, ressaltou.
 
Contêiner
 
O representante da Associação Zumbi dos Palmares, do Bairro Santo Antônio, Vantuil Moraes, pediu providências quanto à colocação de um contêiner de lixo de fronte ao centro comunitário da comunidade. “É importante que o Poder Público dê atenção ao nosso pedido. Afinal, não temos um local adequado para descartamos o lixo”, reitera.
 
Canalização de Vias
 
Romeu Santos, presidente do Bairro Fenarroz, reclamou da deficiente canalização das vias da comunidade.  “Nos dias chuvosos, a água se acumula no meio da rua e o povo se molha quando os veículos passam”, revela.  O representante requereu este tipo de obra para toda a extensão do bairro.
A moradora do Bairro Carvalho, Raquel Morais, reivindicou a canalização da Rua Antônio Gomes Pereira.  “Sempre que chove, a água não tem para  onde escoar e acaba invadindo as residências. A minha, por exemplo,  é atingida com frequência”,   denuncia.
 
Calçamento e Patrolamento
 
Moradora da Rua Félix da Cunha, no Bairro Carvalho, a aposentada Rosária Oliveira criticou os buracos da via na atual gestão. “Neste governo, a rua foi completamente abandonada” reprovou.  E em seguida, questionou: o que será que a Prefeitura faz com o dinheiro do IPTU?
No Bairro Marques Ribeiro, a má conservação das ruas é a principal queixa dos moradores. A estudante Josane Dutra, moradora da Rua José Afonso Pereira, pleiteou o calçamento da referida via e o patrolamento das demais.  “Nosso bairro está abandonado. A Prefeitura até aparece lá de vez em quando, mas os serviços são sempre mal feitos”, lamenta.
 
Postes sem Iluminação
 
Cansada de protocolar diversos pedidos na Prefeitura e não obter resposta, a moradora Sirlei Silva ocupou a Tribuna para manifestar sua indignação com o Executivo. “Não existe luz nos postes do Marques Ribeiro. É uma escuridão total. Se continuar assim, nós teremos que voltar ao século passado e acender tochas para que possamos nos orientar”, ironiza.
A jovem Roberta Ribeiro, que vive no Bairro Cristo Rei, denunciou a postura dos responsáveis pelo setor de iluminação da Prefeitura. “Fui solicitar  lâmpadas para alguns postes do bairro e me disseram que se eu compra-las, eles colocam”.
 
Saúde
 
Também moradora do Marques Ribeiro, a estudante Leici Jaques afirmou que não há agente de saúde no bairro.  “Há muito tempo não temos um agente de saúde no bairro. E isso nos deixa muito preocupados”, confessa.
 
Vereadores
 
Após as manifestações da comunidade, os vereadores também se pronunciaram.  O primeiro a falar foi o vereador Luis Paixão (PP), que fez os pedidos de informações: se a Prefeitura tem alguma dívida com a Aes Sul e se fiscaliza a empresa de transporte coletivo que opera no município.  O parlamentar criticou os rumos da saúde. “Desafio alguém que não conheça outro que não tenha enfrentado problemas com o SUS”, falou.
O vereador Cléber Cardoso (PDT) falou sobre o problema da Rua Félix da Cunha.  “Questões mal resolvidas são típicas do atual Governo Municipal” afirmou.
 Logo após, o vereador Edson Richa (PP) falou sobre a administração do HCB. “O hospital está muito bem cuidado e pelo papel que desempenha, configura-se em um dos orgulhos do município”, elogiou.
O vereador Jeremias Madeira (PSB) anunciou que algumas melhorias para a comunidade do Bairro Cristo Rei estão sendo implantadas. “Estamos trabalhando na montagem de uma biblioteca para os moradores do local, visando  a construção do saber”, confessou.
 
Por fim, manifestaram-se os vereadores Frankini e Vinícius Cornelli, ambos do PT.  O primeiro afirmou que até o fim da atual gestão, o governo irá calçar cerca de setenta ruas. Já Cornelli abordou a importância do Pronatec. “Há alguns anos, tive uma reunião com a diretora da Escola HCB sobre o programa do Governo Federal e os benefícios que a ação traria para os alunos da instituição. Hoje, vemos o sucesso da iniciativa”, declarou.
Ao final do encontro, Figueiró recolheu os pedidos escritos pelas pessoas presentes e garantiu que todas as solicitações verbais e escritas serão encaminhadas oficialmente ao Executivo.  “ Contamos, a partir de agora, com a colaboração do prefeito na conferência e resolução dos pedidos , a fim de que esta medida faça diferença na vida dessas pessoas”, disse o presidente da Câmara.