Tribuna Popular: Mãe de autista defende maior esclarecimento da comunidade sobre a deficiência
Em razão da proximidade do Dia de Conscientização do Autismo, comemorado no próximo 2 de abril, a representante das mães de autista em Cachoeira do Sul, Milene Machado da Silva, ocupou a Tribuna Popular da sessão ordinária desta segunda-feira (30) para falar sobre as condições e situação da deficiência. “Através dessa data procuramos responder as perguntas que muitas pessoas têm sobre o autismo”, disse.
Segundo Milene, o autismo é reconhecível pelos sintomas que impedem ou dificultam a linguagem e o laço social da criança. “Mas existem diferentes tipos de autistas, com variações nos graus e níveis de seus sintomas”, alertou.
Para ela, mãe de uma criança autista, é preciso mais informação e divulgação sobre a deficiência, de forma que a comunidade escolar e as entidades possam ajudar as famílias. “É muito importante iniciar o tratamento no início, pois é ele que vai permitir uma qualidade de vida sem igual à criança. Também existem medicações que ajudam a reduzir alguns sintomas”.
Outra questão levantada por Milene foi quanto à dificuldade de tratamento em Cachoeira do Sul. “Não temos neuropediatras aqui na cidade. Em Santa Cruz, somente particular, o que custa cerca de R$ 300 e mais o custo da viagem. Além disso, temos uma única entidade que atende gratuitamente, que é a APAE, mas que abrange outras deficiências. Os professores das escolas, por sua vez, estão minimamente preparados e ficam apavorados quando tem de lidar com uma situação dessas”, destacou.
Milelne finalizou seu pronunciamento destacando a importância do atendimento adequado ao autista. “Receber o diagnóstico de um filho autista deixa qualquer pai sem chão. Não é como com outra síndrome, em que sabemos exatamente qual é o tratamento específico. É tudo completamente desconhecido. Por isso pedimos apoio de todo Poder Público para quem em 2 de abril do ano que vem possamos estar aqui comemorando conquistas efetivas para nossos autistas, que não são seres limitados, pelo contrário. Temos muitos exemplos que são orgulho no mercado de trabalho, como o craque da seleção argentina, Lionel Messi”.