A Tribuna Popular da sessão ordinária desta segunda-feira (25) foi ocupada pelo administrador do HCB, Luciano Morschel, que falou sobre os problemas financeiros enfrentados pelo hospital neste ano. Segundo Morschel, todos os hospitais filantrópicos vivem uma realidade semelhante no Estado.
De acordo com o administrador, um dos motivos que tem agravado o problema financeiro da instituição é a defasagem da Tabela SUS. “Se contarmos a partir do Plano Real, o INPC aumentou 355%, a energia elétrica subiu 553%, a água 583% e a Tabela SUS variou somente 73%”, destacou.
Outro dado apontado foi quanto ao déficit do SUS. “Em média, a cada R$ 100 empregados pelas instituições nos convênios e contratos com o SUS, os hospitais são remunerados com R$ 63, representando um déficit médio de 59% entre custo e receita. Os maiores problemas estão localizadso na assistência de média complexidade, onde as diferenças entre o pago e o efetivamente gasto superam 100%”, explicou o administrador.
Ainda conforme Morschel, em 2014 o HCB realizou seu projeto de expansão, com serviços de alta complexidade, como neurocirurgia, e o hospital conseguiu crescer e manter a dívida sob controle. “Nesse ano, entretanto, encontramos um novo cenário, oriundo do aumento de despesas, corte de custeio, alta dos juros e do dólar e custeio da rede básica, entre outros fatores”, enfatizou.
Para enfrentar a crise, o HCB implementou um série de medidas de ajustes como corte em investimentos e em melhorias estruturais, contração de empréstimos bancários, intensificação de ações de economia e ajustamento do quadro funcional. “Tudo está sendo feito para evitar a diminuição de atendimento ou fechamento de serviços. Porém, se não for revertida essa situação, nos próximos meses não tem como garantir que isso não aconteça”, alertou. A divulgação da realidade de crise que o hospital enfrenta, segundo o representante do HCB, busca fazer com que a comunidade cachoeirense compreenda a situação a e apoie a instituição. “É um momento difícil que não só Cachoeira enfrenta, mas todos os hospitais filantrópicos”.